domingo, 21 de novembro de 2010

Descoberta

Acenavam para ele, olhou para trás e não viu ninguém.
Continuou andando. Chamaram seu nome.
Só assim percebeu que estava falando com ele. Como? Se ele não estava mais ali.
Não era visível. Não estava mais naquele mundo.
A pessoa se aproximou e começou a puxar assunto, perguntando como ele estava.
Até onde ele sabia não tinha como responder, mas já que perguntou, disse que estava bem.
O que adianta dizer a pessoa que o que estava vendo era uma miragem?
Nunca iria acreditar mesmo.
Sabia que a possível demonstração de algum tipo de fraqueza seria suficiente para qualquer um lhe fazer mal, mesmo que não o atingisse mais, acabou pensando um pouco nisso.
Nada mais lhe importava.
Na conversa incerta percebeu que nem sempre os que perguntavam queriam mesmo o seu bem.
Que perda de tempo.
Se despediu.
Quando chegou em casa, olhou para o espelho.
Vendo seu reflexo descobriu que ele ainda existia, só havia esquecido de viver.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Entre linhas...

Eram 8. Amigos inseparáveis. Não conseguiam olhar pra frente sem dar as mãos uns aos outros. Riam. Das maiores infantilidades possíveis. Era bom aquele tempo... Não faziam ideia do que tinha por vir. Sempre ouviam dos pais que a vida não era só diversão. Não era só praia, não era só shopping, não eram essas "futilidades". Mal sabiam o quanto essas futilidades faziam um bem. Um bem diferente de hoje em dia. Tinha toda aquela pureza de "guri" que acabou de soltar as asinhas para brincar com os amigos. Brincar mesmo. Não fingir de adulto e se sentir gente grande. Como era bom...criar sua própria identidade aos poucos, sem a pressão da sociedade. Como era bom...Discutir por adedonha e não bebida alcoólica.
Visivelmente nas entre linhas...Como seria bom eles todos juntos outra vez.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Palavras Restritas

Era perceptível que ela queria falar algo.
Incomodava demais o fato de não poder dizer o que achava daquilo tudo.
Era tão absurdo que ficava perplexa com tanta maldade. Tanta frieza. Tanto egoísmo.
Como era difícil ver tanta barbaridade e não poder fazer nada...
Tudo ela temia, o medo não permitia.
Sempre mostrou suas ideias, sempre quis impor seu ponto de vista.
Só que dessa vez achou melhor não falar nada.
Já pagou um preço muito caro por isso.
Só que quando se trata de quem ela ama.
Se trata de alguma injustiça.
Tem haver com sua felicidade.
Ou percebe que é essencial não só para ela.
Ela é capaz de tudo. Ao invés de somente falar, agir.

domingo, 7 de novembro de 2010

Ele imaginava não ter um porto seguro...

...Acreditava que sem isso, seria possível seguir em frente.
Vivia achando que a vida só fazia sentido quando tinha as pessoas que considerava por perto.
Demorava em perceber que as coisas mudam, as pessoas também.
Mas nessa percepção não imaginava que iria ser tão rápido.
Queria que demorasse um pouquinho mais, só um pouco mais, se pudesse que demorasse a vida inteira.
Não queria ver aqueles que tanto gosta, diferentes.
Na verdade, ele sabia que isso cedo ou tarde iria acontecer.
Colocou na cabeça que devia respeitar as escolhas dos outros, caso contrário vai o orgulho junto dessas escolhas.
Descobriu que seu porto seguro, na verdade, era seu sonho.

sábado, 6 de novembro de 2010

"Mais uma por favor"

Ele era reservado, dava para ver nos olhos dele que escondia algo que parecia não ter sido muito bom para vida dele.
Perceberam que na verdade ele não era assim, era muito mais alegre, engraçado, tudo, menos aquele rapaz de cabeça baixa.
Só foi mostrar que as pessoas que estavam lá no momento, não lhe queriam o mal, queriam mesmo era se divertir junto com ele. Até então não era ruim ter aquele rapaz mais retraído na mesa.
Se soltou. Riu com as piadas mais tolas, cantou músicas bregas, dançou, falava gírias desconhecidas, dizia a cada 2 minutos a mesma frase.
Agora es a questão: A bebida ou as pessoas que llhe colocavam confiança?
Realmente é necessário responder?

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mínimos Detalhes

Parecia que tudo não fazia sentido, afinal não existia lógica para tanto.
Esqueceu que cada um tem ideias e jeitos diferentes. Bastou lembrar-se disso que ainda assim ficou confuso.
Estranho não? Eles eram até então amigos.
Mas só faltou saber se bastava conhecer por alto, tinha que se conhecer melhor mesmo.
Só que para um deles, bastava o que existia afinal, sabiam de muita coisa um do outro.
Um deles até se preocupava com o que podia machucar.
Entretanto, era preciso mais que conhecer em mínimos detalhes, era preciso gostar do jeito de ser da pessoa.
Esqueceu que a pessoa em que se tratava era um mero conhecido.
Por colocar o sentimento na frente da razão. Da possível "razão" da amizade.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Dia de Finados Especial

"Uma programação cultural variada, com música, dança e artes plásticas, surpreendeu quem foi prestar homenagens aos mortos nessa segunda-feira (2), em um cemitério da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Uma forma diferente de passar o Dia de Finados e atenuar o sofrimento."
(rjtv.globo.com)


Coral da escola de música da Rocinha e 45 bailarinos de um projeto social que atendem comunidades do Rio de Janeiro tentaram aliviar o luto das pessoas que perderam entes queridos.
A intenção desse projeto é conseguir amenizar a dor e fazer com que as pessoas presentes no cemitério se sentissem bem com a música e a dança.
Estamos em um mundo que tem a necessidade de solidariedade. Por mais que essa ação não tenha atingido talvez cem por cento dos que estavam presentes, a intenção foi que os deixassem melhores. Isso já é um grande passo, para os que dão valor a pequenos gestos como esse.
Talvez essas pessoas que estavam presentes saíram com outro tipo de paz.
Isso faz uma diferença para elas. E ao objetivo que foi buscado pelo projeto possivelmente foi alcançado.
Já que a perda de um amigo, de um familiar é uma dor sem palavras. E o que mais precisamos é de apoio nessas horas, mais ainda das pessoas que se preocupam de verdade com você.
-Saudade eterna vó...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Put your hands up (8)

É tão bom quando nos sentimos leves.
Há uma necessidade de jogar toda a negatividade pro alto.

Dar atenção as pequenas coisas que perdem o valor diante da rotina.
Banho de mar, cheiro das flores, o calor do sol, a delicadeza dos pássaros, o riso de uma criança, um singelo bom dia, o toque na areia, uma conversa boa com um amigo, rir sem motivo, sonhar...
Você sentirá uma diferença extrema, quando der valor ao que possivelmente você não consegue com o cotidiano da vida estressante.
Aproveitem o feriado.

.Divulguei esse blog ontem e fiquei surpresa com os comentários fofos que recebi. Gostaria de agradecer o carinho e que a razão do blog não é impor qualquer tipo de opinião, é só fazer os leitores refletirem com certas percepções. Não falei nada disso antes, porque até então era para ser indivulgável, mas acabei não resistindo. Espero que gostem!